MILTON MARQUES DE MEDEIROS, REITOR DA UERN, NOME DE HOSPITAL E FUNDADOR DE RÁDIO E TV NO RIO GRANDE DO NORTE
Natural de Upanema, Milton Marques de Medeiros,
nasceu no dia 09 de julho de 1940. Filho do tabelião Francisco marques de
Medeiros e da dona de casa Luíza Freire de Medeiros, tinha três irmãos: Manuel
marques de Medeiros, Mário Marques de Medeiros e Mirtes marques de Medeiros. O
menino do Poré, como era também carinhosamente chamado pelos mais próximos, era
o filho mais novo em um lar permeado pelo afeto. Milton perdeu o pai aos quatro
anos de idade. Aos seis anos de idade veio para Mossoró para estudar. Aqui,
morou com dona Ana Bezerra, sua tia, seu né bezerra e os 12 filhos do casal,
que o receberam como um irmão. Com a partida precoce do pai, Mário, o irmão
mais velho, tornouse o grande incentivador do jovem Milton. Acreditava no
potencial dele e o incentivava para que buscasse sempre aprender.
Estudou no centenário colégio diocesano santa luzia,
onde concluiu o segundo científico. Sábio, Milton Marques era grato pelos
ensinamentos repassados pelos mestres que passaram pela sua vida. Para realizar
o sonho de cursar medicina seguiu para João Pessoa, aos vinte e dois anos. Lá
foi acolhido pela família leite
ingressou na universidade federal da paraíba em 1964.
Em 1968 foi para São Paulo fazer residência médica em psiquiatria, na USP–
universidade de São Paulo. Ao retornar para Mossoró, casou-se, em 30 de
dezembro de 1969, com Zilene Conceição Cabral Freire de Medeiros, com quem teve
quatro filhas: Stella Maris Marques Freire de Medeiros, Camilla Maroni Marques
Freire de Medeiros, Cibelle Cinara Marques de Medeiros Figueiredo e Talliana
Mirelle Marques Freire de Medeiros Sena. Filhas que lhe deram oito netos.
Ainda em 1969, fundou com um grupo de médicos, a casa
de saúde São Camilo de Lelis, o primeiro hospital psiquiátrico do interior do
estado. Em 1970 iniciou a carreira docente na universidade do estado do rio
grande do norte, onde também iniciou o curso de direito, formando-se em 1975.
Sua trajetória na academia foi marcada pelo brilhantismo em sala de aula.
Destacou-se ministrando disciplinas nas faculdades de medicina, direito e
enfermagem. Formou centenas de grandes profissionais que passaram pelos bancos
da UERN. Mas a sua abordagem humanista, o conhecimento e os exemplos de
dignidade acompanhados da fala serena eram marcas registradas do professor,
como ele gostava de ser tratado.
Em 1973, recebeu o título de cidadão mossoroense, e
em mais sete cidades do estado do rio grande do Além da casa de saúde São
Camilo, Milton Marques empreendeu por diferentes segmentos do mercado econômico
e da comunicação. No início na década de 1980 fundou a rádio princesa do vale,
em Assu e a partir daí investiu nesse setor em sociedade com o ex-governador
Tarcísio de Vasconcelos Maia. Além de Mossoró (com a rádio libertadora), chegou
a fundar emissoras nas cidades de, currais novos, nova cruz e santa cruz, tendo
sido acionista das rádios de Caicó, pau dos ferros e Macau. Participou também
do grupo tropical, na capital do estado. Avesso ao interesse político dentro da
informação, Milton Marques desfez as sociedades e manteve-se à frente apenas da
rádio princesa, no vale do açu.
No final dos anos 80 fundou a granja São Camilo e em
1991 voltou o olhar empreendedor para uma grande potencialidade de nossa região
e fundou a salina São Camilo. Empreendimento que é destaque no setor salineiro
potiguar. Sua capacidade administrativa sobressaía e foi convidado a atuar no
serviço público como presidente do instituto de previdência do estado, e ainda
como gestor do instituto nacional de assistência médica da previdência social,
o antigo INAMPS. No final dos anos 90, pararelo à sua atuação docente e
empreendedora, Milton Marques acreditou mais uma vez na vanguarda da cidade de
Mossoró e iniciou o planejamento para fundar a TV Cabo Mossoró. O governo
federal abriu a concessão para o serviço de tv por assinatura e o empresário
foi o vencedor do leilão. A TCM nasceu em 2002 e dentro desse complexo de comunicação
surgiram os demais serviços do grupo: o canal 10, a internet banda larga e a
produtora. No mesmo ano do surgimento da TCM, Milton Marques apostava na região
do vale do Apodi. Fundou a rádio vale do Apodi em junho de 2002. Uma emissora
que também carrega no DNA as características do empreendedor e que recentemente
passou a operar em frequência modulada.
Apesar de toda a veia empreendora, Milton marques de
Medeiros nunca deu menos atenção à atividade acadêmica. Produzia conhecimento e
dedicava-se à universidade do estado. Foi um dos que ajudaram a fundar a
faculdade de ciências da saúde e foi seu primeiro diretor. Em 2005 foi eleito
reitor da UERN e reeleito em 2009 com mais de 70% dos votos, tendo duas gestões
marcadas por importantes conquistas para os servidores da universidade e pela
ampliação do quadro de concursados da instituição, além do crescimento em
infraestrutura e qualidade de ensino com a capacitação
Em 2009, Milton Marques decidiu investir novamente na
radiofonia de Mossoró. Adquiriu a 95fm emissora que já operava na capital do
oeste, e que passou a integrar o grupo TCM de comunicação. Sob o comando do
empresário, a rádio que tinha uma audiência modesta, conquistou seu espaço na
região e alcançou a liderança isolada em todos os horários da programação
Um empreendedor visionário. Um profissional
comprometido com o servir. Um ser humano diferenciado por seu altruísmo e
capacidade intelectual. Durante 15 anos assinou uma coluna no jornal gazeta do
oeste, em que trazia suas impressões e comentários sempre lúcidos sobre os mais
variados temas. Publicou quatro livros e concluiu a trilogia Dejà Vu.
Nesse universo, Milton Marques de Medeiros integrou
as mais conceituadas associações e entidades. Foi venerável mestre da loja
Maçonica 24 de junho. Foi membro da academia maçônica de letras do Rio Grande
do Norte (AMLERN), foi sócio fundador da Academia de Ciências Jurídicas e
Sociais de Mossoró (ACJUS). Integrou o Instituto Cultural do Oeste Potiguar
(ICOP). Membro da Associação dos Escritores Mossoroentes (ASCRIM), da Sociedade
Brasileira de Estudos do Cangaço (SBEC) e imortal da Academia Mossoroense de Letras.
Faleceu no dia 22 de abril de 2017, na cidade de
fortaleza/ce.
Um homem à frente de seu tempo que assinalou sua
marca por onde passou fazendo prosperar empreendimentos e contribuindo para a
formação de todos que puderam conviver com ele. Um ser humano que se dedicava a
servir. Que apesar de todos os títulos, prestígio, conhecimento e capacidade,
tinha a humildade como a maior virtude.
FONTE – CÂMARA MUNICIPAL DE MOSSORÓ